Machado de Assis: conheça a obra e quem foi o grande literário brasileiro 1839 – 1908

Joaquim Maria Machado de Assis, ficou mais conhecido como Machado de Assis. O literário que dispensa apresentações é considerado um precursor do realismo brasileiro, além de também ser fundador e presidente da Academia Brasileira de Letras.
Machado de Assis publicou mais de 200 contos, 10 romances e outras diversas publicações dos mais variados gêneros, como folhetins, peças teatrais, contos e crônicas. Machado de Assis se tornou uma grande referência como cronista em sua época. O autor também presenciou acontecimentos históricos, como a abolição da escravidão e a passagem do Brasil Império para Brasil República. A carreira de Machado foi marcada principalmente por suas 600 crônicas onde falava sobre a sociedade local da época, tendo mais de 40 anos de observação e crítica da sociedade.
O escritor descendente de pessoas escravizadas conseguiu conseguiu ascender socialmente, tornando-se um homem muito respeitado, que ocupou diversos cargos públicos. Machado de Assis também foi nomeado cavaleiro e, posteriormente, oficial da Ordem da Rosa.
O escritor era epilético e gago e, apesar do preconceito da época, é considerado até hoje o maior escritor brasileiro.

Machado de Assis foi o principal nome do Realismo brasileiro, o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras e um dos escritores mais aclamados da literatura. Depois, foi o Realismo que ficou mais presente nas suas obras. O autor, inclusive, é lembrado como um dos escritores mais importantes do Realismo.

Machado de Assis publicou 10 romances, 10 peças teatrais, 200 contos, 5 coletâneas de poemas e sonetos e mais de 600 crônicas. Podemos citar como principais exemplos:
O poema ‘Ela’ (1855), seu primeiro poema publicado;
As peças teatrais de comédia ‘O protocolo’ e ‘O caminho da porta’ (1863);
Seu primeiro livro de versos, ‘Crisálidas’ (1864);
Seu primeiro romance, ‘Ressurreição’ (1872);
O livro de contos ‘Histórias da meia-noite’ (1873);
O romance ‘Iaiá Garcia’ (1878);
Um dos mais importantes livros de sua carreira: ‘Memórias póstumas de Brás Cubas’ (1881);
O romance ‘Quincas Borba’ (1891);
O romance ‘Dom Casmurro’ (1899);
O romance ‘Esaú e Jacó’ (1904).

O autor foi responsável por diversas críticas aos valores burgueses por meio de ironias e metalinguagens. Sendo um dos precursores do realismo, Machado também instaurou o realismo psicológico, que pode ser conferido em seus romances por fazer diálogos diretos com o leitor e também por conta de pensamentos pontuais que surgem ao longo da narrativa como uma reflexão sobre os acontecimentos que se passam no romance, similar à quebra da quarta parede no teatro.
Machado de Assis gostava de tratar com frequência a ascensão social e a manutenção das aparências sociais por meio de críticas à burguesia. Suas obras são recheadas de ironias, e abordam o que o autor observava na sociedade da época.
A carreira de Machado pode ser dividida em duas fases:
A fase romântica: predominava obras como ‘Ressureição’; ‘Queda que as mulheres têm pelos tolos’; e o livro de poesias ‘Crisálidas’. A fase romântica perdurou entre 1864 e meados de 1878.
A segunda fase teve início com a publicação do livro ‘Memórias póstumas de Brás Cubas’, livro escrito logo após ser internado devido ao seu quadro de epilepsia, que o forçava a tomar remédios fortes, que lhe desgastavam a saúde. Ainda internado, chegou a enviar alguns capítulos do romance à sua esposa, Carolina Augusta Xavier de Novais.
Como um marco entre uma fase e outra, é possível perceber fortes traços de pessimismo e ironia, que se tornam grandes características da obra do autor, acompanhando-o até seus últimos dias.