Conheça as 3 fases do Modernismo no Brasil

O modernismo, também chamado de movimento modernista é uma série de ações culturais, estilos e escolas que mudou a cena artística e cultural brasileira na metade do século XX. A Europa teve grande influência na implantação do modernismo no Brasil. Campos da literatura e artes plásticas obtiveram grandes transformações partir do movimento.

  • Crise no País impulsionou o movimento artístico e cultural
  • Surgiu com o intuito de romper com o tradicionalismo
  • Primeira Guerra Mundial impulsionou implantação do Modernismo no Brasil
  • Liberdade de expressão no campo das artes é uma das características

Vamos falar sobre o Modernismo e, se ficar com dúvidas, é só deixar nos comentários.

Cubismo, Futurismo, Dadaísmo, Expressionismo e Surrealismo são consideradas as tendências do modernismo no Brasil. Na era da valorização nacionalista, uma nova linguagem cultural passou a ser difundida através de movimentos artísticos e seus idealizadores. Apesar de ter forte influência da cultura europeia, a ideia no Brasil era dar valor ao contexto histórico brasileiro.

Segundo a site Toda Matéria:

Algumas características do modernismo seria a libertação estética, ruptura do tradicionalismo, linguagem com humor e a valorização do cotidiano

O marco inicial foi a Semana de Arte Moderna, em 1922, quando houve um boom em ideias artísticas e culturais. Mas o que ocasionou tal movimento no País? Estima-se que o modernismo surgiu em um contexto de insatisfação política, com o aumento da inflação, crise, protestos e greves de trabalhadores. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) também refletiu no surgimento do modernismo no Brasil.

Existia então a tentativa de realizar uma reestruturação política no Brasil e o setor das artes são ficou de fora. O objetivo era acabar com o tradicionalismo. Entre as características estava também a liberdade, com a ruptura de formas padrões de arte, versos livres, liberdade estética, valorização do humor e do cotidiano.

Estudiosos apontam que a cidade pioneira do movimento artístico foi Recife, com as obras de artistas plásticos, como pintores de Pernambuco no começo do Século XX, através de Vicente Rego no campo da pintura, Manuel Bandeira, na sociologia e pelo olhar de movimentos populares como o cordel e o frevo, além das alterações urbanas que ocorriam na cidade naquela época. O crítico e ex-curador do Museu de Arte Moderna de Nova York, Paulo Herkenhoff, já dizia que Pernambuco tinha a missão de bater de frente com o colonialismo e a erradicação de sua história, apesar de sua rica carga cultural.

Pré-modernismo

O pré-modernismo foi um movimento literário brasileiro que surgiu no final do século XIX e início do século XX, que se caracterizou por uma ruptura com as formas literárias do século XIX, mas ainda não apresentava todas as características do modernismo, que viria a surgir mais tarde. Os escritores pré-modernistas buscavam retratar a realidade do Brasil e do povo brasileiro de forma mais crua e objetiva, sem idealizações. Eles exploravam temas como a marginalização social, a violência, a miséria e a opressão, e suas obras tinham uma linguagem mais coloquial e menos rebuscada que a dos escritores românticos e parnasianos que os precederam.

Entre os principais autores pré-modernistas estão Euclides da Cunha, com sua obra “Os Sertões”, que retrata a Guerra de Canudos, e Lima Barreto, com romances como “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, que criticam a sociedade brasileira da época. Além disso, outros escritores que podem ser incluídos no pré-modernismo são Graça Aranha, Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos, cada um com suas particularidades em relação à temática e linguagem.

Contexto Histórico

Para entender o contexto histórico do pré-modernismo na literatura brasileira, é necessário compreender o contexto social, político e cultural do país na época: No final do século XIX e início do século XX, o Brasil passava por grandes transformações, como a abolição da escravatura em 1888 e a Proclamação da República em 1889. Esses eventos marcaram uma ruptura com o passado colonial e imperial do país e geraram expectativas de um futuro melhor.

No entanto, o Brasil enfrentava muitos desafios nessa época, como a instabilidade política, a corrupção, as desigualdades sociais e a exclusão dos segmentos populares. A industrialização e a urbanização também estavam em curso, o que contribuiu para o surgimento de novas formas de vida urbana e de novos problemas sociais.

Nesse contexto, a literatura pré-modernista refletiu as tensões e as contradições da sociedade brasileira. Os escritores buscaram retratar de forma crítica e realista a vida do povo brasileiro, explorando temas como a violência, a miséria, a marginalização social, a exploração do trabalho, entre outros.

O pré-modernismo também se relacionou com o movimento literário europeu conhecido como simbolismo, que valorizava a subjetividade, a espiritualidade e a expressão artística como formas de transcendência da realidade material. Essa influência se refletiu na linguagem poética e na abordagem metafórica de alguns escritores pré-modernistas.

Principais autores pré-modernistas

Existem vários autores que podem ser considerados pré-modernistas na literatura brasileira, cada um com suas particularidades em relação à temática, estilo e linguagem. Além desses autores, outros nomes importantes do pré-modernismo na literatura brasileira são Aluísio Azevedo, João do Rio, Afonso Arinos e Ronald de Carvalho, entre outros. Alguns dos principais nomes desse movimento literário são:

  1. Euclides da Cunha: autor de “Os Sertões”, obra que retrata a Guerra de Canudos, conflito armado ocorrido no interior da Bahia no final do século XIX. Euclides da Cunha utilizou uma linguagem objetiva e precisa para descrever os aspectos geográficos, sociais e históricos do sertão baiano.
  2. Lima Barreto: autor de obras como “Triste Fim de Policarpo Quaresma” e “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”. Lima Barreto denunciou a corrupção, a injustiça social e o racismo na sociedade brasileira da época, utilizando uma linguagem coloquial e crítica.
  3. Graça Aranha: autor de “Canaã”, romance que aborda a imigração europeia para o Brasil e as tensões culturais entre brasileiros e estrangeiros. Graça Aranha utilizou uma linguagem poética e metafórica para expressar os conflitos internos dos personagens.
  4. Monteiro Lobato: autor de obras infantis como “Sítio do Picapau Amarelo” e também de romances como “Cidades Mortas” e “O Presidente Negro”. Monteiro Lobato retratou o interior paulista e a decadência das cidades do Vale do Paraíba, utilizando uma linguagem simples e direta.
  5. Augusto dos Anjos: autor de “Eu” e “Eu Outro”, obras poéticas que exploram temas como a morte, a doença e a decadência física e moral do ser humano. Augusto dos Anjos utilizou uma linguagem técnica e científica para descrever as angústias e inquietações do homem moderno.

As fases do Modernismo no Brasil

Para que possamos entender melhor como o modernismo conseguiu ganhar corpo na cultura brasileira é preciso entender as três fases do movimento, que são:
⦁ Fase heroica (1922-1930)
⦁ Fase de consolidação (1930-1945)
⦁ Fase pós moderna (1945-1980)

Primeira fase: Fase heroica

Considerado o período mais radical do movimento, esta fase foi marcada por vários manifestos e publicações. Havia a precisão de ruptura com o passado. Como próprio Mário de Andrade caracterizou, foi o período mais anárquico do Modernismo, mais destruidor e aos mesmo tempo inovador.

O período pós guerra impulsionou artistas e intelectuais que viveram na Europa e trouxeram técnicas e ideias que viraram o Modernismo Brasileiro. Mas ao mesmo tempo, essa influência europeia formou uma identidade artística própria e preocupada com a questão cultural e não uma cópia.

Exemplo disso foi a Semana de Arte Moderna em 1922, onde se comemorou o centenário da independência de maneira diferente, através de recitais de poesia, concertos, abrindo portas para uma nova linguagem nos campos da pintura, poesia e literatura.

Foi nesta fase onde foram apresentados o cubismo, o futurismo e o realismo. As publicações em evidência foram: A Revista, Estética, Terra Roxa e Outras Terras e Revista de Antropofagia. Se destacaram nesta época os seguintes artistas:
⦁ Mário Andrade (escritor, pianista, professor de música e compositor).
⦁ Oswald de Andrade (Poeta, escritor, ensaísta e dramaturgo brasileiro).
⦁ Manuel Bandeira (Poeta, professor e crítico literário).
⦁ Alcântara Machado (Advogado e escritor).

Curiosidade: Tela de Tarsila de Amaral é vendida por 1,43 milhões de dólares

Abaporu (1928), de tarsila do amaral
Abaporu (1928), de Tarsila do Amaral

No ano de 1929, a pintora Tarsila do Amaral apresentou a que seria uma das suas obras mais emblemáticas e que anos depois foi arrematada pela bagatela de 1,43 milhões de dólares por um colecionador argentino.

Pintada com óleo, a obra Abaporu foi um presente para seu marido Oswald de Andrade. O quadro encontra-se exposto no Museu de Arte Latino Americano de Buenos Aires. A obra chama atenção pela imagem do protagonista de maneira alterada. Trata-se de um homem em posição pensativa, mas com uma das pernas e um dos braços gigantes, a medida em que a cabeça é pequena. Essa figura está ao lado de um sol, um mandacaru e em cima de uma pedra.

Esta nem foi a obra mais cara de Tarsila arrematada em uma leilão. Em dezembro de 2020, a tela A Caipirinha, também da primeira fase do Modernismo, em 1923 foi arrematada por 57 milhões de reais em um leilão na Bolsa de Arte, em São Paulo. É a obra mais cara de uma artista brasileiro a ser vendida. Os lances foram iniciados em 47 milhões de reais e a obra foi disputada por três colecionadores por cerca de apenas 15 minutos.

Existe ainda polêmica de que o comprador da obra, que é brasileiro, tenha que devolver o quadro. A obra é alvo de uma briga judicial entre Carlos Eduardo Schahin, filho do empresário Salim Taufic Schahin, que estaria no escândalo da Lava Jato, e os 12 bancos credores a quem o pai dele deve mais de 2 bilhões de reais.

Segunda fase: Fase de Consolidação

Com o movimento já estabelecido, a segunda fase do Modernismo Brasileiro foi marcada pela produção cultural, através da poesia e prosa, voltado principalmente para o regionalismo da região Nordeste. Foi uma fase mais construtiva. Os artistas das gerações de 22 e 30 foram contemporâneos, com os poetas de 30 absorvendo a experiência dos seus antecessores.

Nessa fase houve o surgimento da Prosa de 30 que era uma prosa de ficção que envolvia romances urbanos e regionalistas. Os artistas estavam cada vez mais preocupados com as questões sociais, através de uma linguagem regional e coloquial. Durante esta fase artística e cultural o Brasil passava por transformações na política, com o fim da política café com leite, início da Era Vargas e da ditadura.

Os autores romancistas e poetas desta época que se destacaram foram:
⦁ José Américo de Almeida
⦁ Graciliano Ramos
⦁ Jorge Amado
⦁ Raquel de Queiroz
⦁ José Lins do Rêgo
⦁ Carlos Drummond de Andrade
⦁ Cecília Meireles
⦁ Mário Quintana
⦁ Murilo Mendes
⦁ Jorge Lima
⦁ Vinícius de Moraes

Terceira fase: Pós – Modernista

Este foi um período do Modernismo Brasileiro conhecido como o menos conturbado do movimento. Existem teorias que revelam que a última fase do movimento se encerrou na década de 60. Outros afirmam que ela teve fim em 1980 e há ainda aqueles que garantem que ela exista até hoje. A terceira fase do movimento era também chamado de Geração de 45. O texto em prosa foi o mais explorado nesta fase.

A poesia modernista também mereceu destaque, com a preocupação com a estética, procura pela perfeição e culto à forma. Os artistas naquela época eram classificados como Neo-Parnasianos, exatamente pelas características acima citadas. A prosa intimista era visto como algo nunca explorado, através da exploração de temas mais íntimo, psicológicos. Nessa época o Brasil viva uma momento diferente, em 1945, com a fase de redemocratização e o fim da ditadura de Getúlio Vargas.

Podemos citar os seguintes artistas da época:
⦁ João Cabral de Melo Neto
⦁ Clarisse Lispector
⦁ João Guimarães Rosa
⦁ Ariano Suassuna
⦁ Lygia Fagundes Teles

FAQ Rápido

Como se define o Modernismo?

O Modernismo é um movimento cultural e artístico que surgiu no início do século XX como uma resposta às transformações sociais, políticas e culturais que ocorriam na época.

Qual a principal ideia do Modernismo?

A principal ideia do Modernismo é a busca por uma renovação na arte e na cultura, rompendo com as tradições e convencionalismos do passado e buscando expressar a individualidade e as experiências modernas.

Quais são as principais características do Modernismo?

Entre as principais características do Modernismo, destacam-se a valorização da originalidade e da experimentação, a liberdade formal e temática, a expressão de novas sensibilidades e a reflexão crítica sobre a realidade social e histórica.

Quais são as três fases do Modernismo?

No Brasil, o Modernismo foi dividido em três fases: a primeira fase, que teve como marco a Semana de Arte Moderna de 1922 e contou com a participação de artistas como Mário de Andrade e Oswald de Andrade; a segunda fase, que ocorreu na década de 1930 e teve como principais representantes os escritores Graciliano Ramos, Jorge Amado e Rachel de Queiroz; e a terceira fase, que se iniciou na década de 1950, com o surgimento da poesia concreta e do movimento neoconcreto na arte.

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