O simbolismo foi um movimento literário e artístico que surgiu na França no final do século XIX e se espalhou por toda a Europa e América do Norte. O movimento se caracterizou pela busca da representação do mundo interior do artista, através de símbolos e metáforas e teve uma influência significativa em outros movimentos artísticos, como o modernismo e o surrealismo.
Na literatura simbolista, os escritores buscavam a expressão dos sentimentos e das emoções por meio de imagens e sensações, em vez de narrativas claras e objetivas. Eles valorizavam a subjetividade e a imaginação, e procuravam criar uma linguagem poética que transcendesse o mundo material. Alguns dos principais autores do simbolismo na literatura foram Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud, Stéphane Mallarmé e Paul Verlaine, na França; Fernando Pessoa, em Portugal; e William Butler Yeats, na Irlanda. Suas obras influenciaram profundamente a literatura moderna e continuam a ser estudadas e apreciadas até hoje.
Entre os principais temas abordados pelos simbolistas estão o amor, a morte, o mistério, o sonho, a natureza e a espiritualidade. Os poetas simbolistas também tinham uma forte relação com a música, a pintura e outras artes, buscando inspiração em outras formas de expressão artística. Vamos explicar esse movimento literário e, se você ficar com dúvidas, é só deixar nos comentários.
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Origens do Movimento Simbolista
O simbolismo foi um movimento artístico e literário que surgiu na França em meados do século XIX, como uma reação ao realismo e ao naturalismo que dominavam a literatura da época. Os simbolistas buscavam uma forma de expressão que transcendesse a realidade objetiva e explorasse o mundo interior e subjetivo dos artistas.
O termo “simbolismo” foi usado pela primeira vez em 1886, quando Jean Moréas publicou o “Manifesto do Simbolismo”, em Paris. O manifesto propunha uma nova forma de poesia, que utilizasse símbolos e metáforas para expressar a realidade espiritual e emocional dos artistas.
Entre os principais autores simbolistas franceses, podemos citar Charles Baudelaire, cuja obra “As Flores do Mal” é considerada um marco do movimento; Arthur Rimbaud, que revolucionou a poesia com seu estilo visionário e inovador; e Stéphane Mallarmé, que buscou criar uma linguagem poética ainda mais hermética e abstrata.
Além dos franceses, outros autores que se destacaram no simbolismo foram Fernando Pessoa, em Portugal; William Butler Yeats, na Irlanda; e os russos Aleksandr Blok e Andrei Bely. A influência do simbolismo se estendeu por todo o mundo, e suas ideias e técnicas poéticas inspiraram muitos outros movimentos literários do século XX.
O simbolismo também teve uma forte ligação com outras artes, como a pintura e a música, e muitos artistas simbolistas se envolveram em múltiplas formas de expressão. O movimento teve um papel importante na evolução da literatura moderna, e suas ideias continuam a ser estudadas e debatidas até hoje.
Influência da Revolução Industrial
A Revolução Industrial teve um impacto significativo no surgimento do simbolismo e de outros movimentos artísticos e literários modernos. A Revolução Industrial teve início na Inglaterra no século XVIII, quando a mecanização da produção têxtil deu início a uma nova era de produção em massa.
Essa nova era transformou a vida cotidiana das pessoas, criando uma ruptura com as tradições e valores antigos, deixando muitos indivíduos em busca de novas formas de compreender e expressar suas experiências. Esse ambiente propício para o surgimento de novas formas de expressão artística e literária foi fundamental para o surgimento do simbolismo.
Os escritores e artistas simbolistas buscavam formas de expressão que pudessem capturar a complexidade e a ambiguidade da experiência moderna, bem como a sensação de alienação e desconexão que muitos indivíduos sentiam em relação ao mundo ao seu redor.
As desigualdades sociais e econômicas geradas pela Revolução Industrial também foram uma influência importante para o simbolismo. A classe trabalhadora sofria com condições de trabalho precárias, longas horas de trabalho, baixos salários e falta de proteção social. Essas desigualdades e injustiças sociais foram refletidas na literatura e na arte do período.
Por exemplo, o poeta francês Arthur Rimbaud escreveu sobre o sofrimento da classe trabalhadora em seus poemas, e sua obra “Uma Temporada no Inferno” é uma reflexão intensa sobre a alienação e a dor da vida moderna.
Além disso, a Revolução Industrial também teve um impacto direto na produção e distribuição de literatura e arte, com a invenção da imprensa e a popularização dos meios de comunicação em massa permitindo que a literatura e a arte se tornassem mais acessíveis a uma audiência mais ampla.
Características do Simbolismo
Os simbolistas procuravam dar forma àquilo que não podia ser expresso diretamente, através de imagens e símbolos com o objetivo de capturar a complexidade da experiência humana através da imaginação e da intuição, e rejeitavam a lógica e a razão como instrumentos para compreender a vida.
O uso de símbolos
Uma das características mais marcantes do simbolismo é o uso intenso de símbolos. Os símbolos são imagens que representam algo além do seu significado literal. Para os simbolistas, os símbolos eram uma forma de capturar a complexidade da experiência humana, incluindo sentimentos, ideias e emoções que não podem ser expressos diretamente. Os símbolos eram usados de forma subjetiva e pessoal, permitindo que cada indivíduo interpretasse-os à sua própria maneira.
A subjetividade
O simbolismo valorizava a subjetividade e a experiência pessoal do indivíduo. Os simbolistas acreditavam que a verdadeira essência da vida não podia ser expressa através da razão ou da ciência, mas sim através da imaginação e da intuição. Como resultado, os simbolistas procuravam explorar a subjetividade e a psicologia humana em suas obras.
A musicalidade da linguagem
Os simbolistas também valorizavam a musicalidade da linguagem. Eles acreditavam que as palavras e frases tinham uma sonoridade que podia afetar as emoções e os sentidos do leitor, além do seu significado literal. Como resultado, a linguagem simbolista muitas vezes era altamente ornamentada, com o uso de aliteração, assonância e outras figuras de linguagem.
A importância da sugestão
Os simbolistas também valorizavam a sugestão em detrimento da descrição direta. Eles acreditavam que o objetivo da arte não era descrever o mundo literalmente, mas sim sugerir estados de espírito, ideias e sentimentos. Por essa razão, as obras simbolistas muitas vezes apresentavam um enredo vago e misterioso, deixando muito espaço para a interpretação pessoal do leitor.
A recusa do realismo
Por fim, os simbolistas rejeitavam o realismo, ou a tentativa de representar a realidade de forma objetiva e direta. Eles acreditavam que a realidade era uma ilusão, e que apenas a imaginação e a intuição podiam levar o indivíduo a uma verdadeira compreensão da vida. Como resultado, as obras simbolistas muitas vezes apresentavam elementos fantásticos e surreais, desafiando a lógica e a razão.
Criticas ao Simbolismo
Uma das características mais marcantes do simbolismo é a linguagem poética obscura e hermética que muitas vezes é utilizada pelos autores. Essa característica pode tornar a leitura difícil e complicada para alguns leitores, mas é vista pelos simbolistas como uma forma de estimular a imaginação e a interpretação pessoal do leitor.
Os simbolistas acreditavam que a poesia não deveria ser apenas uma forma de expressar sentimentos ou descrever a realidade, mas sim um meio de transcender as palavras e alcançar uma dimensão mais profunda e espiritual. Para isso, utilizavam símbolos e metáforas complexas, que muitas vezes precisavam ser decifrados pelo leitor.
Essa abordagem poética complexa e misteriosa foi alvo de críticas na época, mas também foi responsável por influenciar outros movimentos literários, como o modernismo e o surrealismo, que também valorizavam a subjetividade e a liberdade criativa na arte.
Simbolismo no Brasil
O simbolismo no Brasil surgiu no final do século XIX, em um momento de intensa transformação na sociedade brasileira. O país havia passado por mudanças políticas significativas, como a abolição da escravidão em 1888 e a proclamação da República em 1889. Além disso, o Brasil experimentava um período de modernização e industrialização, que trazia novos desafios e contradições para a cultura brasileira.
O simbolismo brasileiro compartilhou muitas das características do movimento internacional, incluindo o uso intenso de símbolos, a valorização da subjetividade e da sugestão, e a recusa do realismo. No entanto, o simbolismo brasileiro também teve características próprias, como a preocupação com a identidade nacional e o engajamento político. Os principais autores brasileiros e suas obras são:
Cruz e Sousa (1861-1898)
Cruz e Sousa foi um dos principais poetas do simbolismo brasileiro. Nascido em Santa Catarina, filho de escravos, Cruz e Sousa enfrentou o preconceito e a discriminação racial ao longo de toda a sua vida. Sua obra é marcada pela musicalidade da linguagem, pelo uso intenso de símbolos e pela preocupação com a condição humana. Algumas de suas principais obras incluem “Broquéis” (1893), “Missal” (1893), “Faróis” (1900) e “Últimos sonetos” (postumamente, em 1905).
Alphonsus de Guimaraens (1870-1921)
Alphonsus de Guimaraens foi outro importante poeta simbolista brasileiro. Nascido em Minas Gerais, sua obra é marcada pela religiosidade, pela introspecção e pela preocupação com a morte e a transcendência. Seus poemas são frequentemente enigmáticos e carregados de simbolismo. Algumas de suas principais obras incluem “Kiriale” (1902) e uma série de cantos religiosos lançados postumamente, em 1923.
Augusto dos Anjos (1884-1914)
Augusto dos Anjos foi um poeta paraibano cuja obra é marcada pela fusão entre o simbolismo e o cientificismo. Sua poesia apresenta uma visão sombria e pessimista da vida, com temas como a morte, a doença e a decadência humana. Augusto dos Anjos é considerado um dos mais importantes poetas brasileiros do início do século XX. Algumas de suas principais obras incluem “Eu” (1912), “Versos íntimos” (1912) e “Eu e outras poesias” (postumamente, em 1918).
FAQ Rápido
O que é o simbolismo?
O simbolismo é um movimento artístico e literário que surgiu no final do século XIX, que valorizava a subjetividade, a imaginação e o uso de símbolos para expressar emoções e ideias.
Quais são as características do simbolismo?
Entre as características do simbolismo, destacam-se o uso de linguagem poética obscura e hermética, a valorização do subjetivo e do irracional, a busca pela transcendência e a importância dos símbolos para expressar emoções e ideias.
Quais são os principais autores do simbolismo?
Alguns dos principais autores do simbolismo são Charles Baudelaire, Stéphane Mallarmé, Arthur Rimbaud, Paul Verlaine e Fernando Pessoa.
Como o simbolismo influenciou outros movimentos literários?
O simbolismo influenciou outros movimentos literários, como o modernismo e o surrealismo, ao valorizar a subjetividade, a imaginação e a liberdade criativa na arte, bem como o uso de símbolos e metáforas complexas para expressar emoções e ideias.
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